Um mestre chamado PahNu
caminhava pela montanha com seu discípulo Daniel quando, de repente, uma
pequena pedra se soltou das partes mais altas e atingiu levemente a cabeça do
garoto.
Irritado, Daniel esbravejou e maldisse a pedra, sob o olhar
atento e gozador de seu mestre, que se divertia com a situação.
Passados aqueles momentos de agitação do garoto, Jonas o
chamou para sentar-se sob uma árvore e começou a falar:
− Daniel, essa pedra fez com que me lembrasse de uma
história, que traz grandes ensinamentos para a nossa vida. Deixe-me contá-la a
você… E assim começou:
“Há muito tempo, houve
um reino em que as pessoas não respeitavam mais umas às outras. A intolerância
entre elas era tanta que Deus ordenou que uma chuva de pedras se abatesse sobre
o reino, até que Ele mesmo voltasse a ordenar que a chuva parasse.
Dessa maneira, as
pessoas tiveram que se recolher às suas casas e o contato com os demais seres
humanos passou a ser muito raro. Mas, também as dificuldades de viverem
isolados começaram a se mostrar cada vez maiores. E eles começaram a entender
que precisavam uns dos outros.
Foi então que um
cientista inventou uma armadura para proteger as pessoas contra as pedras.
Assim, todos passaram a usar armaduras e puderam voltar a sair de suas casas e
se relacionar novamente com os demais.
Porém, com o tempo, as
armaduras passaram a servir também como elementos de divisão, de segregação,
entre os homens.
Os guerreiros faziam
questão de armaduras cada vez mais fortes, para mostrar o seu poder. Os pobres
se limitavam às armaduras mais baratas, que lhe ofereciam um mínimo de
proteção, enquanto os ricos ostentavam armaduras cobertas de ouro e pedras
preciosas, que mostravam a sua “superioridade” social.
Já as pessoas de mau
caráter optavam por armaduras mais fechadas, que escondiam seus olhos e suas
verdadeiras intenções.
E, assim por diante,
cada um procurava ter a melhor armadura que pudesse comprar e que o tornasse
especial, diferenciado, dentro da classe a que pertencia.
Dessa forma, a
preocupação maior do ser humano passou a ser com a armadura que vestia, ou iria
vestir no futuro. E ninguém mais conhecia um ao outro… Apenas conheciam a
armadura que cada um usava.
Assim, o tempo passou,
as gerações passaram, de modo que não usar uma armadura passou inclusive a ser
passível de punição pelas autoridades locais.
Mas um dia um jovem se
revoltou com tudo aquilo e decidiu que nunca mais usaria uma armadura. Saiu
para a rua com roupas de tecido normal, e assim passou a viver. Até que foi
preso e julgado por sua insanidade.
Durante o julgamento,
um dos acusadores o questionou, preocupado:
− Meu jovem… Você sabe
que está errado perante a nossa lei e que está sendo julgado por não usar
armadura. Mas, diga-nos somente uma coisa: como é que as pedras que caem do céu
não o ferem?
Espantado, o jovem
somente retrucou:
− De quais pedras você
está falando?…
Deus havia parado com
a chuva de pedras já fazia muito tempo, porém os homens, preocupados apenas com
a aparência de suas armaduras, nem ao menos haviam reparado que elas não eram
mais necessárias.”
Jonas concluiu, então:
− Essa história pode nos ensinar diversas lições. Mas há uma
em especial para a qual eu gostaria de chamar sua atenção:
Muitas vezes trazemos do nosso passado coisas de que nem ao
menos recordamos sua origem − são pensamentos, comportamentos e atitudes que
eram adequados a uma determinada época em que vivemos, mas que já não nos
servem mais.
Carregamos essa carga extra, que somente nos atrasa e
dificulta a nossa caminhada. Continuamos a usar armaduras para nos proteger de
pedras, quando as pedras já não mais existem.
Por isso é importante parar a cada dia e pensar com cuidado
sobre quais as armaduras que estamos vestindo e que já não são mais
necessárias. Não importa o que o levou a usar essas armaduras, olhe com cuidado
e perceba se já não é hora de abandoná-las.
Saber a hora de abandonar aquilo que não nos serve mais,
abandonar o passado, deixar o passado no passado, é fundamental…
Somente estando livre das cargas do passado é que você
poderá caminhar decididamente, vivendo melhor o seu presente e construindo um
futuro mais feliz.
Pense sobre isso!
Um abraço e muita
Paz!
Gilberto Cabeggi
Escritor – Assessor Editorial – Ghost
Writer
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Excelente mensagem, Gilberto! Obrigado por compartilhar. Precisamos realmente um do outro para crescermos espiritualmente e chegarmos cada vez mais próximos da Verdade e da Luz Suprema. Abraço!
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